A Vereadora Ana Selma (PPS) analisa o orçamento da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho para 2008. Veja na integra a matéria publicada no Tribuna Popular, Edição nº58, de 06 de janeiro de 2008.

[1] Vereadora cobra mais investimentos sociais

JOSÉ AMBRÓSIO

Mesmo em período de férias (recesso parlamentar), a líder da oposição na Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, vereadora Ana Selma (PPS), não dá trégua e inicia o ano cobrando forte da administração do prefeito Lula Cabral (PTB). De posse da Lei Orçamentária Anual (LOA) que prevê a aplicação de R$ 305 milhões em 2008, ela diz esperar que o volumoso acréscimo dos recursos (quase o triplo em relação a 2004 - R$ 124 milhões) tenha correspondência nos investimentos sociais.
"Precisamos acompanhar de perto o uso desse confortável orçamento, para ver se pelo menos na área social se aplica o que era praticado em 2004 (governo Elias Gomes), quando a arrecadação era bem menor", diz a parlamentar, adiantando que nas áreas de educação infantil e saúde isso não vem ocorrendo. "Não foi construída uma creche e nem escola infantil", diz, lembrando que já no ano passado orçamento foi o dobro do de 2004 e ainda as transferências federais e estaduais que diz ampliarem em muito as receitas.
A vereadora ressalta que o povo não pode viver somente de calçamento de ruas e alerta que esse mesmo povo já emite claros sinais de insatisfação. "O descuido com a saúde foi gritante, e por isso recebeu críticas o ano inteiro. O Programa de Saúde da Família (PSF) não teve ampliação. Pelo contrário, tem PSF que passou seis meses sem médico. E essa desatenção com a saúde preventiva é que superlota e congestiona o atendimento de urgência e emergência", denuncia.
POBREZA - A líder da oposição diz dispor de dados estatísticos que indicam que no Cabo, 20% das residências são chefiadas por pessoas com renda de até um e meio salário mínimo. Ela destaca que esse indicador demonstra as graves contradições socioeconômicas do município, um dos que registram maiores índices de desenvolvimento econômico por abriga o Complexo Industrial Portuário de Suape, juntamente com Ipojuca.

"É muita pobreza, o que significa que é necessário se investir mais na área social, criando alternativas de renda, investindo na educação integral e na saúde preventiva", considera.
Ainda analisando a LOA, a vereadora questiona os recursos destinados às secretarias da Mulher e da Juventude, que deverão conhecer seus titulares em breve. A Secretaria da Mulher terá R$ 350 mil, o que corresponde a pouco mais de R$ 29 mil por mês. A da Juventude terá ainda menos, o equivalente a R$ 21,2 mil ao mês. Para Ana Selma, com esses recursos não dá para se ter políticas consistentes em nenhuma das áreas, que afirma considerar muito importantes. "Demonstra que o que o prefeito quer é apenas ter o charme de contar com essas duas secretarias", critica.
[1] Matéria divulgada na edição nº 58 de 06 de janeiro/08 do Jornal Tribuna Popular